Análise semanal do Bitcoin: os acontecimentos que afetam o mercado de criptomoedas hoje

Confira o 'GiroCripto', um espaço para você se atualizar sobre os principais acontecimentos do mundo das criptomoedas e da economia global.

Matheus Araújo
Última atualização:
7/5/2024

Confira uma nova edição do 'Giro Cripto', um espaço para você se atualizar sobre os principais acontecimentos do mundo das criptomoedas e da economia global.

Aqui você verá diversos eventos significativos em relação à economia global, as mudanças políticas e os principais indicadores econômicos que podem influenciar suas decisões de investimento no mundo das criptomoedas. Essa última semana foi marcada por muitos acontecimentos, como:

  • Indicadores de destaque da semana;
  • Hamas aceita cessar-fogo em Gaza;
  • Macron busca concessões comerciais de Xi Jinping;
  • Índice S&P 500 se mantém acima dos 5.000 pontos;
  • Análise Técnica do Bitcoin.

Macroeconomia

Confira os fatores econômicos globais que vale a pena acompanhar.

Indicadores de destaque da semana

Esta é uma semana com a divulgação de poucos indicadores macroeconômicos de destaque. Essas informações são importantes para entender a saúde econômica de um país e orientar as decisões de investimento, incluindo no mercado de criptomoedas.

Esses indicadores oferecem uma visão abrangente da economia, abrangendo métricas como:

  • Produto interno bruto (PIB);
  • Taxa de desemprego;
  • Inflação;
  • Produção industrial;
  • Balança comercial.

Com base nessas medidas, os analistas e formuladores de políticas podem entender se uma economia está em crescimento, recessão ou estagnação, bem como antecipar tendências futuras.

Sendo assim, eles também têm um impacto no mercado de criptomoedas. Por exemplo, se indicarem uma inflação crescente ou instabilidade econômica em um país, os investidores podem buscar refúgio em criptomoedas como o Bitcoin, considerado por alguns como uma reserva de valor.

Além disso, esses indicadores influenciam o sentimento do mercado cripto como um todo. Um ambiente econômico global otimista pode aumentar a propensão dos investidores a assumir riscos, beneficiando o mercado de criptomoedas.

Mas afinal, quais os principais indicadores da semana? Confira: 

  • 07/05 - Balança Comercial Alemã - Registrou uma leve queda em relação às expectativas, porém permanece acima de € 22 bilhões, mantendo-se dentro da normalidade pré-COVID. (A balança comercial reflete a diferença entre as exportações e importações de um país);
  • 09/05 - Balança Comercial Chinesa - Pode ser motivo de preocupação para os chineses, visto que, após atingir um pico anômalo de US$ 125 bilhões em fevereiro, a balança comercial recuou para cerca de US$ 50 bilhões;
  • 09/05 - Taxa de Juros do Banco da Inglaterra - Não há mudança prevista, seguindo a reunião do comitê americano.

Hamas aceita o cessar-fogo em Gaza

Nesta segunda-feira (6), um novo capítulo no conflito entre Palestina e Israel se desenrolou, com o Hamas aceitando uma proposta de cessar-fogo para a Faixa de Gaza. No entanto, essa proposta difere daquela elaborada por Israel em conjunto com o Egito, conforme relatam fontes de Israel e Estados Unidos.

Segundo informações de fontes americanas, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou que não aceitará a proposta que pede o fim da guerra. Elas afirmaram: “Isso inclui o fim permanente das hostilidades, o que é uma linha vermelha para Netanyahu”.

Netanyahu destacou ainda que o governo está enviando uma delegação para se encontrar com mediadores egípcios e do Catar, buscando entender melhor a última proposta e avaliar a possibilidade de aceitar um acordo. Até o momento, o lado israelense ainda não aceitou a proposta e enviará uma delegação para avaliá-la.

O Hamas foi convencido a aceitar um acordo composto por três fases durante uma reunião com representantes dos Estados Unidos e do Catar. Enquanto os Estados Unidos estão analisando a resposta do Hamas, o presidente da Turquia pressiona para que Israel também aceite a proposta.

Macron busca concessões comerciais de Xi Jinping 

O presidente da França, Emmanuel Macron, receberá o presidente chinês Xi Jinping nos Pirineus nesta terça-feira. Este é o segundo dia de viagem, durante o qual o líder da China mostrou poucos sinais de abertura para grandes concessões no que diz respeito ao comércio e à política externa.

Macron levará Xi para almoçar nos Picos Pirineus, que têm um lugar especial para ele, visto que são o local de nascimento de sua avó. Seu principal foco durante a visita é tentar convencer Xi a reduzir o desequilíbrio comercial entre as regiões, possibilitando mais acesso para empresas europeias na China e menos subsídios para exportadores chineses.

O estabelecimento de relações pessoais fora do protocolo com outros líderes é algo comum para Macron. Uma fonte diplomática francesa afirmou que a China não imporá impostos ou taxas alfandegárias sobre a disputa. Xi não abordou esse assunto durante suas diversas declarações públicas na segunda-feira.

Ainda, na segunda-feira (6), a França e a Comissão Europeia comunicaram ao presidente chinês, Xi Jinping, o desejo de que ele utilize sua influência sobre a Rússia para buscar o fim da guerra na Ucrânia. Ao mesmo tempo, enfatizaram que a União Europeia permanecerá firme em seu apoio a Kiev.

Zona do Euro apresenta recuo na inflação

Os indicadores macroeconômicos na Europa apontam para uma queda na inflação, enquanto os índices de serviços começam a mostrar uma expansão modesta. Isso sugere que as tensões geopolíticas, combinadas com os hábitos de consumo dos europeus, resultam em um gasto familiar relativamente menor do que o dos americanos, dificultando um rápido reaquecimento da economia a curto prazo.

A inflação anual nos Estados Unidos, medida pelo Índice de Despesas de Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês), ficou em 2,7% em março, acelerando em relação aos 2,5% de fevereiro. O Fed, que prefere o PCE, tem como meta manter a inflação em 2% a longo prazo.

O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) tem mostrado a mesma tendência de alta. Em março, o CPI subiu 3,5% em comparação ao mesmo mês de 2023, ante os 3,2% registrados em fevereiro.

Enquanto isso, entre os 20 países da Zona do Euro, a inflação anual de preços ao consumidor tem diminuído constantemente desde o início do ano, situando-se em 2,4% em março.

O Banco Central Europeu (BCE) parece estar pronto para começar a reduzir as taxas de juros em junho, três meses antes do previsto pelo Fed, com base nas expectativas de mercado.

A seguir, apresentamos um panorama da poupança em alguns países europeus. Exceto Portugal, os países estão poupando de 2 a 10 vezes mais em relação ao seu PIB do que os americanos.

Índice S&P 500 acima dos 5.000 pontos

Como antecipado há duas semanas, o índice S&P 500 demonstrou resiliência ao fechar acima dos 5.060 pontos, impulsionado pela exuberância gerada pelas declarações do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, que descartou aumentos nas taxas de juros, além de dados positivos divulgados na última sexta-feira, dia 28.

Os comentários Dovish do presidente do Fed e um crescimento de empregos menor do que o esperado para abril dissiparam preocupações de que o órgão poderia aumentar as taxas. Vale ressaltar que "Dovish" é um termo usado para descrever uma postura ou política monetária que favorece medidas mais flexíveis ou acomodatícias por parte do banco central.

Assim, o índice iniciou esta semana mantendo seu ímpeto de alta, operando próximo ao nível de 5.200 pontos, que corresponde à linha azul de resistência semanal. A superação desse patamar nas próximas semanas pode sinalizar a continuidade do movimento ascendente.

O S&P 500 se prepara para o fechamento mensal no dia 31, indicando a tendência para o terceiro trimestre de 2024.

Cripto

Confira as principais notícias do mercado de criptomoedas.

Análise Técnica do Bitcoin

No mercado de criptomoedas, estamos em uma fase de consolidação. Seguindo o modelo Wyckoff apresentado na semana anterior, descartamos o cenário previsto representado em Vermelho e adotamos o cenário representado em Laranja, o qual se desenvolveu em apenas 20 horas com um movimento significativo na faixa de decisão, entre US$ 58.2 mil e US$ 60.14 mil.

Esse movimento reflete a transição entre as fases, conforme os grandes investidores ajustam suas posições. Isso é um aspecto central do modelo de Wyckoff, que ajuda na interpretação das ações do mercado e na tomada de decisões de investimento informadas.

Em uma análise simplificada, antecipamos uma possível retração para US$ 60 mil. A resistência semanal, marcada em azul, está em US$ 67 mil, enquanto o suporte mensal, indicado em roxo, se encontra em US$ 52.77 mil. Essas são as principais cifras a serem observadas na zona de consolidação.

A curto prazo, monitoramos os mercados futuros e indicadores de:

  • Long/short: refere-se à posição dos traders no mercado de criptomoedas;
  • Interesse aberto: número total de contratos de futuros ou opções em aberto em um determinado ativo;
  • Compra/Venda de Dinheiro: mede o fluxo de dinheiro entrando ou saindo de um ativo digital com base na diferença entre o volume de compra e o volume de venda em um determinado período. Pode ser usado para avaliar o sentimento do mercado e identificar possíveis tendências de curto prazo.

Esses indicadores estão em transição à medida que nos encontramos fora das áreas críticas de decisão. Na faixa superior, situada entre US$ 67 e US$ 71 mil, e na inferior, entre US$ 58.2 e US$ 60.16 mil.

Mercado de opções

No mercado de Opções da Deribit, os market makers (formadores de mercado) têm um gamma baixo acima de US$ 63 mil, sugerindo potencial volatilidade ascendente. Abaixo de US$ 60 mil, indicam que grandes operadores de opções estão fazendo estratégias de alta para o Bitcoin, o que pode levar os preços ao topo do intervalo.

No mercado de opções, o gamma mede como a taxa de variação do delta de uma opção muda conforme o preço do ativo subjacente se move. Em termos práticos, ele é importante porque afeta a dinâmica de hedging de um trader de opções, pois pode influenciar a exposição líquida de delta da carteira.

Agora, ao analisarmos os mapas de liquidação de longo prazo, identificamos uma mudança na direção-geral do mercado, com o suporte em US$ 42 mil e a resistência acima de US$ 110 mil.

ETFs de Bitcoin

Após um início com muitas vendas em 1º de maio, os investidores institucionais já zeraram meio milhão de dólares em vendas. Hoje, registramos um saldo total positivo de US$ 11,78 bilhões, com dois dias seguidos de volumes positivos da Grayscale, que acumulou mais de US$ 17 bilhões em bitcoins vendidos, finalmente aliviando a pressão negativa.

Por curiosidade, notamos que os ETFs de Hong Kong iniciaram com um montante acumulado de US$ 292 milhões e depois perderam tração. Espera-se que possam replicar o movimento dos ETFs americanos após uma clareza macroeconômica dos agentes monetários.

Em resumo, estamos em uma zona de forte acumulação e mudança geral do mercado futuro. Os preços indicam a possibilidade de um reteste em US$ 60 mil, com liquidações esperadas até US$ 56 mil para baixo e US$ 66,5 mil para cima. A modelagem de Wyckoff continua guiando, alinhada com a baixa reserva on-chain, a reinicialização dos ETFs e o momento macroeconômico que deverá se tornar claro nas próximas quatro semanas.

Sobre o autor
Matheus Araújo
Estagiário de Marketing de Conteúdo
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